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quarta-feira, 20 de maio de 2020

Maria de Magdala



 Uma servidora de Cristo, para muitos pobre pecadora

Mulher de luxos e de coração amargurado


Andava aflita, nutria muitas hesitações

De que valeria jóias, dinheiro

Se a alma era atribulada por incontáveis ilusões?


Em suas doces recordações, acompanhava o que falavam do Messias

Queria partilhar suas angústias

Como chegar até o Mestre e falar o que realmente se passava em seu coração?

Será que iriam julgá-la?


Em casa de Simão Pedro, eis que encontra Jesus que já a aguardava

- Mestre, venho ao seu encontro, tenho amado e tenho sede de amor!

- Onde estão minhas alegrias? Será que Deus me aceitaria?


-Minha existência tem sido estéril e amargurada, todos me relegam ao abandono, trago a alma angustiada!

-Ah! Maria, respondeu, só o amor cobre a multidão de pecados

- Tua sede é real! Vá amparar aos mais fracos, os filhos das irmãs em humanidade, procurai os infortunados

- Viver bem é saber imolar-se. Estando com os aleijados e leprosos saciará a sede do próprio coração

- Tome sua cruz em busca da porta da redenção!


- Vai Maria, sacrifica e ama! Acredite no imenso amor que pode ofertar a tantas criaturas. Vá ser mãe de tantos filhos que não tem ninguém nesse mundo!


Um dia, um grupo de leprosos, cansados e tristes, em abandono, perguntavam por Jesus Nazareno

Maria vendo- os tão infelizes, quis partilhar do convite às claridades do evangelho


Juntou-se à eles pois se sentia acolhida, afinidade gratuita

Filhos de sua alma, que precisavam de sua ajuda


Morando com eles no vale dos leprosos, todos os dias à tarde, lhes falava dos ensinamentos do Messias

O tempo passa e do seu corpo surgiram manchas violáceas


Mantinha bom ânimo, estava ali para consolar os aflitos

Encorajando-os a se manterem firmas nas fibras mais sensíveis


Quando o corpo demonstrava sinais de cansaço

Partiu para Éfeso em busca de novas pairagens, encontrar antigas afeições, caras ao seu coração

No caminho sofreu inúmeras tribulações e humilhações

Mas agüentou confiante, sua trajetória evolutiva estava prestes a terminar

O que mais poderia encontrar?


Numa noite que a natureza cintilava sua alma iluminada

Relembrou Jesus e suas peregrinações no lago

As aves que cantavam e as ondas que beijavam-lhe os pés

Ah! Quanta saudade!

 O Messias aproximou-se com seu olhar profundo

Como se já conhecesse aquela alma, que renunciou a tantos gozos no mundo

Maria trazia uma sensação de alívio

Jesus emanava um júbilo indefinível, e ainda mais belo diz:

-Vem Maria, aqui te espero!

Nina Lisboa

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