Indulgência

Há uma réstia de amor nos reprobos e nos deserdados

Há no interior do pior dos inimigos afeto e bondade

Há naquele criminoso, uma força que ele não compreende e que ignora

Existe em cada ser que ainda configura-se no erro, uma ponta de esperança engessada e embotada

Não estamos distantes deles!
Não percebemos que eles também são filhos de Deus
Obras também da criação
Merecem nossa comiseração e perdão

Não merecem escárnios nem críticas
A língua ácida e a palavra ineficaz produzem dores inimagináveis de se calcular
Muitos nem sabem o que é amar!

Antes do verbo que açoita e fere
Enxerguemos em nossa consciência se também não somos responsáveis pela dor e desilusão dos que nos seguem

Eles não precisam de mais ódio nem sentimento de culpa
Nessa reencarnação somos os seres que ajudam na recuperação de muitos irmãos em triste situação

Deixamo- nos conduzir pela indulgência, pela misericórdia
Ao olharmos para esses irmãos, rogamos a Deus todo amparo e atenção

Não podemos atirar a pedra
Pois a pedra atirada pode voltar com a mesma força e intensidade
É a lei da ação e reação

Que o olhar de brandura nos configure e nos emoldure a face
Quando nos depararmos com esse irmão que simplesmente passa em nosso caminho
Pois Jesus se o encontrasse, iria proferir tais palavras:
"Vás e não peques mais"
E tudo ao redor iria mudar para melhor!

Nina Lisboa